A Redução de Danos é uma política de atenção integral do Ministério da Saúde, além de ser considerada uma abordagem alternativa para indivíduos que não podem, não conseguem ou não querem abdicar do uso de drogas, tanto lícitas como ilícitas.

Essa proposta surge para suprir a necessidade não só do usuário das substâncias, como também para todos ao seu redor, sejam eles usuários ou não.

A abordagem é pautada em um modelo de pensamento voltado à autonomia do indivíduo. Isso significa que ele é fortalecido, buscando trabalhar suas demandas e objetivos, como também desenvolver a cidadania do indivíduo e o seu desenvolvimento social. Todas as ações são pautadas nos princípios do SUS: integralidade, equidade e universalização.

Oferecer novas possibilidades para os usuários que antes eram marginalizados e vistos como pessoas menores é um dos objetivos da Redução de Danos. Assim ela promove a aceitação e o acolhimento no lugar da marginalização e exclusão social.

Ao trabalhar por esse prisma, devemos nos despir de preconceitos, abandonar a postura de salvador. Em seguida, é preciso tentar entender o indivíduo por completo, buscando compreendê-lo em toda sua complexidade. Lembrando sempre que não devemos impor nossa forma de tratar ou abordar tal assunto, mas sim entendendo como isso afeta a pessoa diante de nós, para assim dar espaço ao sujeito de se desenvolver e evoluir.

A Psicologia entra neste momento com funções muito importantes:

- Promover a qualidade de vida dos usuários;
- Reduzir os estigmas sociais sofridos, inclusive, durante o tratamento;
- Acompanhamento das etapas da evolução da pessoa;
- Busca da descriminalização, além de despatologizar o uso de drogas.

A forma de falar sobre as substâncias usadas também é diferenciada, pois onde antes o foco era a substância, agora se torna a relação da pessoa com a substância, para assim buscar uma participação ativa do usuário em seu desenvolvimento.

Esta ferramenta, e muitas outras, são usadas no ambiente terapêutico da clínica para auxiliar o cliente/paciente em seu processo de autoconhecimento, sempre buscando a evolução e a manutenção da nossa mente.

É importante dizer que a redução de danos age com o intuito de transformar a realidade do indivíduo, buscando modificar sua imagem marginalizada perante a sociedade para uma visão de que ele é um cidadão com direitos, levando em conta sua história, singularidade e valores, potencializando sempre suas escolhas e objetivos de vida.

Renato da Silva Camargo

Psicólogo Clínico  - atende na CRP Serviços de Psicologia

CRP 06/148406