Atualmente tem-se falado muito sobre a depressão, um sintoma patológico que tem características de um indivíduo triste, emocionalmente vazio e apático a situações sociais, pessimista, entre outras características. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15,5% da população brasileira é afetada por essa patologia, entende-se que é um, número expressivo e varia entre o grau leve, moderado e grave.

Quando paramos para pensar, quais são os motivos que levam uma pessoa ao estado depressivo, podemos considerar que em alguns casos há uma pré-disposição genética, mas na maioria das vezes está relacionada a situação comportamental do indivíduo, ou seja, uma falta de repertório comportamental para situações problema e uma defasagem nas atividades prazerosas como por exemplo: a relação do indivíduo com o seu meio externo.

Comumente ouvimos: “depressão: a doença do século” e infelizmente essa fala vem se tornando mais presente. Podemos apontar que o avanço das tecnologias e recursos que seriam para facilitar e ter uma maior variedade de atividades,sejam elas de lazer ou laborais passa a ter um uso inadequado. Passamos a trabalhar mais e sermos escravos dessas condições que nos limitam ao momentâneo prazer do status social, que diferem do real prazer que nos proporcione um bem estar.

Por falarmos em status sociais, vale a pena ressaltar que essa visão ditada de padrões, fazem com que o indivíduo fique em busca de um ideal que nunca é alcançado, justamente porque mensuram suas vidas através de padrões não subjetivos. Metaforicamente falando, devemos mensurar a nossa vida de acordo com a nossa régua, pois quando mensurarmos pela régua de outrem nunca nos caberá a medida.

Deve-se salientar que os fatores depressivos podem vir em decorrência de uma perda (luto, aposentadoria), afinal lidar com esses processos do desenvolvimento humano natural, mas que também não deixam de estar relacionados com a falta de repertório do indivíduo com a situação.

Dadas essas informações, podemos acessar alguns profissionais da saúde, em especial os da saúde mental (psicólogo e psiquiatra), para que haja uma avaliação acerca da queixa do cliente e seja realizado um tratamento coerente que possa reduzir os sintomas depressivos, aumento de repertório social, bem como manter-se uma vida mais saudável, realizando atividades físicas, alimentação adequada, uma boa noite de sono, organização financeira, boas relações interpessoais.

Por fim, podemos concluir que a depressão é um fenômeno que pode ser modificado de acordo com o manejo do pensamento e do comportamento humano, para que o indivíduo aprenda a lidar com as variadas nuances da vida. Vale ressaltar que a tristeza é um sentimento inerente ao humano, portanto devemos entender que ume estado depressivo patológico têm que haver uma frequência e uma junção de fatores ocasionais que deem esse desfecho.

Por: Camila Santos Souza (Psicóloga Clínica que atende na CRP Serviços de Psicologia)

CRP:06/149281

Referências

BERNARDES, Alessandra. Depressão: causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção. 2019. Disponível em: https://saude.gov.br/saude-de-a-z/depressao. Acesso em: 30 mar. 2020.

CARDOSO, Luciana Roberta Donola. Psicoterapias comportamentais no tratamento de depressão. Psicol. Argum., Curitiba, v. 29, n. 67, p.479-489, dez. 2011.