DEPRESSÃO: SINTOMAS E TRATAMENTO
Alguns anos atrás a depressão, pela falta de informação divulgada em estudos e mídia, era relacionada a tristeza ou a sintomas de loucura. Hoje, com a evolução da tecnologia e propagação do conhecimento, a depressão é vista e reconhecida como doença (transtorno psíquico). A preocupação com a saúde mental vem se tornando prioridade na vida de muitas pessoas, com a conscientização de sua importância para uma boa qualidade de vida. A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou que a depressão será a doença mais comum no ano de 2030.
Os sintomas da depressão, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico, quarta edição (DSM –IV), são: redução do interesse ou prazer em todas (ou quase todas) as atividades, perda ou ganho de peso, humor deprimido, insônia, agitação ou retardo, fadiga, sentimentos de culpa inapropriados, dificuldade na concentração, ideias de morte ou suicídio. Os sintomas mais comuns são perda de interesse ou prazer e humor deprimido, e para serem classificados como depressivos, devem durar aproximadamente duas semanas. Existem também sintomas psicossomáticos como: aumento ou diminuição do apetite, diminuição da libido, alterações no sistema digestivo (prisão de ventre, gastrite), entre outros.
O diagnóstico da depressão é clinico, baseado na história de vida, social do cliente e investigação dos sintomas. É valido ressaltar que a depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida, da infância a velhice. Qualquer comportamento atípico deve ser observado, e não negligenciado.
O tratamento mais adequado e eficaz para o combate a depressão é a Psicoterapia. Dependendo do nível dos sintomas, a Psicoterapia pode ser aliada ao tratamento farmacológico, com a orientação de um médico Psiquiatra. Há evidencias de que um padrão de vida com atividade física, boa alimentação, boa qualidade do sono, meditação, associado a terapia representa recurso importante para reverter um quadro depressivo.
A Análise do Comportamento pressupõe que cada pessoa é constituída devido a sua história filogenética (evolução e herança genética), ontogenética (comportamentos aprendidos ao longo da vida, através de experiências) e cultural (meio em que vivem). Portanto, faz-se necessário entender todo o contexto no qual o indivíduo está inserido, para compreender de forma efetiva a origem dos sintomas depressivos. Se são de origem e predisposição genética (filogenética), ou de origem social, devido a experiências cotidianas aprendidas com consequências punitivas e poucos reforçadores (ontogenética).
Independentemente do modelo de explicação da depressão, a Terapia Comportamental irá buscar sempre suas causas nas interações do indivíduo. Irá observar o ambiente no qual o comportamento é função, identificando as consequências mantenedoras do repertorio depressivo e modificando-as, alterando os padrões comportamentais. Irá focar e priorizar sempre a qualidade de vida da pessoa. É de extrema importância que, quando uma pessoa for diagnosticada com depressão, os seus familiares e pessoas importantes de sua vida sejam informados e conscientizados. O ambiente externo (fora da terapia) tem papel fundamental para fornecer estímulos reforçadores.
Como o tratamento Psicológico é fundamental, falar sobre os seus sentimentos a um especialista é extremamente importante.
Letícia Bernardes Siqueira
Psicóloga (CRP 06/118213)